2. A Ruiva Valente
POV Merida
O sol já havia nascido e eu corria pelo castelo. Hoje era meu dia de passear com Angus e sentia que algo de novo iria aconteceria. Voei escada abaixo e sai do castelo em direção aos estábulos.
“Hey Angus! Pronto para um passeio?” Perguntei ao meu Clydesdale preto e branco.O cavalo relinchou e rapidamente eu o selei. Montei com um salto e peguei as rédeas. Eu já ia partir, quando alguém assoviou do meu lado.
“Vai para onde Meri?” Meu irmão Harris me perguntou sorrindo.
“Eu não sei. Acho que vou atrás de um pouco de aventura.” Falei e os olhos do pequeno brilharam.
“Me leva junto!” Ele pediu estendendo os bracinhos para eu poder pega-lo.
“Talvez outro dia Harris.” Disse sorrindo e bagunçando seus cachos ruivos. “Agora, eu tenho que ir. A aventura me espera.”
Meu irmão sorriu e se afastou do cavalo. Estalei as rédeas e Angus galopou parecendo animado.
“Volte logo!” Harris gritou acenando para mim.
Angus e eu cruzamos a ponte e entramos na floresta, mergulhando cada vez mais naquela imensidão verde. Se tem algo que a Escócia tem é floresta. Você sempre vai encontrar uma, não importa aonde vá.
Cavalguei por horas e o tempo acabou mudando. O cinza tomou conta do azul que havia no céu. E os primeiros sinais de chuva começaram a aparecer, então resolvi pegar um atalho para o castelo. Iríamos passar pelas pedras antigas e pelos bosques das luzes mágicas. Que por falar nisso, não via há um bom tempo.
Como se tivesse lendo minha mente, uma luz mágica azul apareceu logo a frente e Angus a seguiu. Uma porção delas começou a aparecer, formando uma trilha até as pedras. Eu já podia vê-las quando Angus parou do nada, fazendo me lançando para frente.
“Angus!” Reclamei angustiada.
Meu cavalou se lamentou e ficou sobre as patas traseiras, como se estivesse dizendo para me virar. Parei e lentamente olhei por cima do ombro, meus olhos se arregalaram quando eu avistei um homem idoso, de cabelos e barba branca.
“Quem é você?” Perguntei enquanto me levantava assustada.
“Eu sou do Norte.” Ele respondeu usando um sotaque que não reconheci. “E você?”
Ergui uma sobrancelha, por causa do sotaque estranho.
“Eu sou Merida do clã DunBroch.” Respondi calmamente e fiz um gesto para Angus se juntar a mim.
Foi quando notei que havia estranhos animais atrás de Norte.
“O que é isso?” Perguntei curiosa “Eu nunca vi antes. Nunca vi você antes também.”
“Ah, essas são as renas. Eles me ajudam a viajar.” Norte respondeu com um sorriso.
“Então, por que você está aqui Norte?” Perguntei cruzando os braços.O homem de cabelo branco colocou os punhos nos quadris e seu sorriso se alargou.
“Você foi escolhida!” Ele respondeu.
“Fui escolhida?” Repeti erguendo a sobrancelha novamente. “Você veio para mudar meu destino?”
“Pode se dizer que sim.” Respondeu Norte encolhendo os ombros. “Você tem que vir comigo para mudá-lo Merida."
“Posso levar Angus para onde estamos indo?” Perguntei pegando as rédeas do cavalo.
Um raio caiu próximo as pedras, fazendo eu e Norte saltarmos.
“Oh, não...” Norte enfiou a mão no bolso do casaco. “Devemos sair antes que as trevas levem você e seu cavalo junto com a sua terra.”
“Trevas?” Repeti assustada.
Um cavalo relinchou à distância. Tirei rapidamente meu arco e preparei uma flecha. Meus olhos percorrem a floresta de um lado ao outro.
“Alguém está com você?” Perguntei sem tirar os olhos da mata.
“Não, vim sozinho.” Norte respondeu e um cavalo apareceu na nossa frente.
Não era um cavalo comum. Ele tinha os olhos amarelos e parecia ser formado por uma espécie de areia negra.
“Que coisa é essa?” Perguntei com minha voz subindo algumas oitavas.O estranho cavalo galopou na nossa direção e puxei a flecha para trás
“Afaste-se!” Rosnei para o cavalo.
Norte me agarrou pela cintura e eu soltei um grito de surpresa. Sem dizer uma palavra ele me colocou em Angus e jogou uma espécie de bola em frente do cavalo. Algo que parecia ser um portal se abriu na nossa frente.
“Yaw!” Norte disse dando um tapa no lombo de Angus.
O cavalo soltou um relincho assustado e correu para o portal. Agarrei nas rédeas dele com a minha vida, só conseguindo pensar em que havia me metido.
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