34. Um doloroso adeus


POV Jack
Eu não estava pronto para dizer adeus.
Não queria me despedir de Merida, Soluço, e principalmente Rapunzel. Sei que a conhecia há pouco tempo, mas o que eu sentia por ela era muito maior do que qualquer sentimento conhecido. Era mais forte que o amor e mais duradouro que a paixão. E mesmo tendo a consciência de que a voltaria ver em breve, eu não podia deixar de já sentir saudades.
Nosso elevador parou na “garagem” de Norte, onde Coelhão, Fada e Sandman nos aguardavam, ao lado de Jamie e Sophie.
“Sorriam!” A Fada ordenou, apontando uma máquina instantânea na nossa direção. Nós quatro sorrimos automaticamente.
O flash mal saiu, por isso ninguém ficou cego por causa da luz. Quatro fotos foram reveladas pela máquina e a Fada entregou uma delas, para cada um de nós.
“Guardem como lembrança.” Ela pediu e eu não pude deixar de sorrir, já que aquelas palavras haviam sido ditas pela Guardiã das Lembranças e das Memórias.
Guardei minha foto no bolso do meu moletom, sentindo um forte aperto em meu peito. O adeus seria em breve.
“Então, o que achou de minha máquina, viking?” Norte perguntou ruidosamente, atraindo toda nossa atenção para ele. “Bem, mais rápido do que um dragão, não acha?”
Banguela rosnou baixo e arreganhou os dentes, parecendo achar aquela comparação um tanto presunçosa.
“È interessante.” Soluço disse, analisando o trenó com cuidado. “Mas, o que você faz para ele voar? Algum tipo de mágica... ou encantamento?”
“Algo parecido. Essas renas nasceram com o dom de voar.” Norte respondeu orgulhoso.
“E de serem ariscas.” Coelhão resmungou, saindo de perto de uma rena, que parecia estar pronta para dar um coice. O que era estranho, por que renas não podem dar coices. “Vamos partir ou não?”
“Claro!” Norte exclamou animado. “Todos a bordo, pessoal!”
“Acho que é melhor eu ir com no Banguela, Norte.” Soluço comentou, ao ver que seu dragão olhava irritado para as renas. “Merida, você vem conosco?”
A ruiva assentiu e montou junto com o viking no Fúria da Noite. O resto de nós sentou no banco de trás do trenó. E isso inclui o cavalo de Merida, o Angus.
“Apertem os cintos!” Norte ordenou gritando.
“Para que um cinto?” Rapunzel me perguntou confusa.
“Ah! Você logo vai ver!” Norte respondeu sorrindo e então se virou para as renas e gritou: “Yeah!”
Imediatamente as renas começaram a galopar em alta velocidade, entrando nos túneis e fazendo todos gritaram, achando que iriam morrer. Todos, exceto Sandman, a Fada e eu, que estávamos erguendo os braços e rindo como se estivéssemos numa montanha russa.
Sophie e Jamie se agarraram desesperados no canguru, que tentava se segurar em algum canto do trenó, enquanto Rapunzel abraçou minha cintura e fechou os olhos gritando ocasionalmente. O cavalo Angus relinchou assustado, quando as risadas de Merida e Soluço ecoaram pelos túneis de gelo. Eles estavam claramente se divertindo ao ver o pânico dos outros.
“Socooooooorrooo!” Coelhão gritou, me fazendo rir mais ainda. “Aaaaahhh!”
“A luz no fim do túnel! Eu já estou vendo ela!” Jamie disse assustado e eu vi que realmente havia uma luz do fim do túnel, só que era a luz do dia. “Adeus mundo cruel! Mãe eu te amo!”
Eu ri do desespero do garoto e então o trenó passou pela “luz no fim do túnel”, deixando a fábrica do Norte e começando a subir em direção do céu Ártico. Fomos ganhando altitude e logo o trenó se estabilizou, planando serenamente no ar. Jamie apalpou o seu corpo e soltou um suspiro relaxado ao ver que ainda estava inteiro.
“Ufa.” Ele disse tranquilo, fazendo a Fada eu soltarmos uma risada.
Sophie desceu da cabeça do Coelhão, onde estava agarrada e se sentou no chão do trenó, aliviada pelo pesadelo ter passado. Banguela ladeou o trenó e pude ver Merida ainda rindo loucamente por causa do ocorrido. Soluço também ria, porém estava mais controlado que a ruiva.
“Já passou, Rapunzel. “ Ele disse olhando para a loira, que ainda me abraçava com os olhos fechados.
“Tá tudo bem, loira.” Afirmei abraçando-a e Rapunzel abriu os olhos e olhou ao redor, antes de fitar as costas de Norte.
“Norte... você precisa conseguir cintos para essa coisa.” Ela disse com a voz trêmula e Norte caiu na gargalhada.
“Claro, claro.” Ele disse entre risos. “Mas agora... qual vai ser nossa primeira parada?”
Um estranho silêncio caiu sobre o trenó. Agora que havia chegado a hora, ninguém tinha coragem de dizer adeus.
“Vamos por ordem temporal, sim?” A Fada sugeriu, decidindo por nós ao compreender nossa situação. “Para Berk, Norte! Nossa primeira parada irá ser lá.”
Norte assentiu e jogou um globo de neve, na frente das equipes de renas, estalando os chicotes dos animais e passando pelo portal recém- aberto. O lugar em que chegamos, era praticamente igual ao Ártico. A única diferença, é que havia grandes ilhas rochosas e casas de madeira, que pareciam ter sido construídas recentemente.
“Berk.” Pude ouvir Soluço dizer atrás do trenó e Merida suspirou desanimada.
Norte guiou as renas até uma enseada no meio da floresta, onde uma garota viking loira estava sentada em uma rocha, segurando um machado afiado. Assim que as renas e Banguela pousaram, a garota correu até Soluço e socou o braço dele com força.
“Isso é por ter me deixado preocupada.” A garota disse levemente irritada e então subitamente puxou Soluço para um abraço. “E isso é por ainda está vivo.”
Soluço se separou da viking, que tinha um semblante sério.
“Seu pai ficou preocupado.” Ela disse e Soluço suspirou. “Mas graças a Odin, você está vivo. E só isso que importa.”
Soluço sorriu e então se virou para Merida, que estava calada diante do reencontro.
“Merida está é Astrid.” Soluço apresentou e eu vi um estranho sentimento passar pelos olhos da ruiva. “Astrid, essa é minha namorada, Merida Dunbroch, a princesa da Escócia.”
“È um prazer conhecê-la.” Astrid disse apertando a mão da ruiva. “Bom, eu vou avisar que você voltou.”
Soluço assentiu e a garota colocou seu machado nas costas, deixando a enseada em seguida. Merida abraçou Soluço com força e meu coração se apertou. A hora mais cruel já havia chegado.
“Eu não vou chorar, por que sei que nos veremos em breve.” Merida disse se afastando de Soluço e olhando nos olhos. “Então, isso não é um adeus e sim, um até breve.”
Soluço deu um sorriso fraco e aproximou seu rosto do de Merida
“Fechem os olhos, crianças.” Ordenei para Jamie e Sophie, que fecharam os olhos e os cobriram com suas mãos, bem na hora que Merida e Soluço se beijaram.
O beijo deles foi longo e me pareceu voraz, mas ao mesmo tempo cálido e apaixonado. Ele transmitia o que realmente um sentia o um pelo outro: Algo maior que o amor e mais duradouro que a paixão.
“Irei te visitar no próximo outono.” Soluço prometeu olhando a ruiva nos olhos. “Nem que tenha que conjurar toda a força dos quatro ventos, eu aparecerei no reino de Dunbroch e trairei o outono para vocês.”
“Eu também virei te visitar.” Merida prometeu tocando a face do viking, com a ponta de seus dedos. “Nem que tenha que usar todo o calor do sol, eu trarei o verão para cá e ficarei novamente ao seu lado.”
“O verão costuma demorar de aparecer por aqui.” Soluço comentou com um olhar triste. “Quase não há essa estação...”
“Bom, isso era no passado.” Merida afirmou confiante. “E no passado não existia uma Guardiã do Verão, nem você era namorado dela.”
“Eu só sou seu namorado? Achei que era mais que isso...” Soluço comentou fingindo estar chateado e Merida riu de leve.
“Infelizmente, não existe uma palavra que posso transmitir o que você é para mim.” A ruiva disse com os olhos brilhando de alegria. “O termo ‘namorado’, só abriga um terço do que eu sinto por você.”
“Então, acho que isso vai abrigar o resto.” Soluço disse tirando uma runa de madeira de seu bolso e colocando-a na mão de Merida.
“Um fúria da noite com capacete de viking?” Ela perguntou, provavelmente se referindo ao desenho gravado na runa.
“Assim você não conseguirá se esquecer de mim.”
“Como se isso fosse possível...”
“Fechem os...” Comecei a dizer, mas vi que Jamie e Sophie estavam virados de costa para cena. “Ah! Boa ideia, crianças.”
Jamie ergueu o polegar positivamente, enquanto Soluço e Merida se entregavam em um beijo extremamente faminto.
“O vento aumenta o fogo, não é?” Perguntei e a loirinha socou meu braço com força, entendendo ao que eu estava me referindo. “Ai! Só fiz uma pergunta!” Reclamei, dando uma de inocente e Rapunzel revirou os olhos.
“È melhor você ir....” Merida sugeriu, mas estava claro que ela queria dizer o contrário. “Seu pai deve estar louco para ver você.”
Soluço assentiu e deu um último beijo em Merida, antes de montar em Banguela e levantar voo. Porém, antes de ele desaparecer nas copas das árvores, ele olhou para trás e acenou para nós.
Rapunzel pulou do trenó e correu para Merida, que começava a chorar. A loira abraçou sua amiga e afagou sua cabeça, tranquilizando-a, pois palavras não serviriam para nada naquele momento. Merida chorou como um bebê desesperado, até que finalmente se controlou e retornou para o trenó com o rosto vermelho e os olhos inchados.
“Para a Escócia, Norte.” Ela ordenou com a voz rouca e Norte assentiu e fez as renas levantarem voo.
Um portal foi aberto no ar e a última coisa que vimos antes de atravessá-lo, foi uma macha negra cortando o horizonte.
***
A Escócia da Idade Média era igual a Escócia dos dias atuais, a única coisa diferente era as casas, que na verdade eram pequenas cabanas, aparentemente aconchegantes.
Norte rodopiou no ar e parou no centro de um circulo de pedra, que deveria ser a tal de Stonehege. Merida desceu do trenó, junto com seu cavalo e se virou para Norte.
“Obrigado por me escolher para a missão, Norte.” A ruiva agradeceu sendo sincera.
“Não agradeça a mim. Agradeça a ele.” Norte apontou para a lua que aparecia no leste, enquanto o sol se punha no oeste.
Merida sorriu e olhou para a lua, parecendo agradecer silenciosamente a ela. Eu também olhei para a lua e resolvi que estava na hora de agradecer, por ter me dado Rapunzel e por ter me trazido de volta a vida, duas vezes seguidas.
“Jack? Rapunzel?” Merida nos chamou e eu desviei meu olhar para ela. “Obrigado. Por terem ficado ao meu lado, me protegerem e por serem meus amigos.”
“È a gente tinha que aturar de qualquer jeito, né?” Brinquei e Rapunzel socou de leve meu braço, enquanto todos caiam na gargalhada. “Mas falando sério, eu que tenho que te agradecer. Você me salvou e me protegeu, ainda quando eu te deixei na mão.” Falei cabisbaixo, ao me lembrar do incidente de Mor’du. “Desculpe-me por isso.”
“O picolé sabe pedir desculpa?” Merida brincou com um sorriso travesso em seus lábios.
“Às vezes é necessário, né, lareira?” Retruquei e puxei a ruiva para um abraço.
“Para mim, você é o irmão mais velho que eu nuca tive.” Merida confessou arrancando um sorriso de mim. “Por isso, vê se não estraga isso, ok? Nada de ficar morrendo... ou ter ideias imbecis.”
“Não vou mais morrer, o Breu foi destruído. Poderem viver tranquilos agora... O mal não irá mais nos atormentar.” Disse convicto e Merida se afastou de mim, com o semblante sério.
“O mal nunca morre, Jack.” Merida afirmou num tom firme e seus olhos se tornaram vermelhos. “Ele pode ser destruído, mas sempre reerguerá. Nem que seja em outra forma ou em outra época.”
Olhei assustado para os olhos de Merida, que do nada voltaram a ser azuis novamente. A ruiva sorriu e bagunçou meus cabelos, antes de puxar a loira para um abraço.
“Minha florzinha querida.” Ela disse e Rapunzel riu de leve. “Tome cuidado e vê se me visita, ok?”
“Ok.” Rapunzel concordou assentindo.
A ruiva montou em seu cavalo e olhou para sua aljava de flechas nostalgicamente. Eu sabia o que ela estava sentido. Era aquela sensação de você ter que aceitar que não era mais normal e tentar conviver com aquilo, ao voltar para sua vida antiga e para a sua rotina. Merida suspirou e olhou para nós com um sorriso no rosto.
“Até logo, pessoal. Nós veremos em breve.” Ela disse e disparou com Angus para dentro da floresta.
Olhei para onde a ruiva havia sumido, já sentindo saudades da tochinha. .
“Última parada... Corona!” Norte bradou, estalando as rédeas das renas, e uma faca invisível cortou meu coração ao meio. Estava na hora do último adeus.
O mais doloroso de todos.
***
O portal se abriu bem no meio da praça de Corona, que ficava em frente ao castelo. Norte deixou Rapunzel, Jamie e eu ali e levantou voo para longe, prometendo que viria nos buscar em dentro de vinte minutos.
Nos dirigimos para o castelo, com Jamie ao nosso lado, para o caso de o guarda não poder ver Rapunzel, já que agora era uma guardião completa. Porém, assim que nos aproximamos, eu pude notar que o guarda não só via Rapunzel, como também podia me ver, o que significava que ele possuía a fé no desconhecido.
“Quem são vocês? E o que fazem aqui, a essa hora da noite?” O guarda perguntou nos analisando de cima a baixo.
“Eu sou Jack, esse é Jamie e essa é a Rapunzel, a princesa perdida.” Nos apresentei e o guarda olhou desconfiado para a loira. “Se você não crê que ela seja a princesa, basta olhar nos olhos delas.”
O guarda me olhou e então olhou para Rapunzel. Enquanto ele olhava a desconfiança foi sumindo, dando lugar a alegria.
“Você... você é a princesa?!” Ele perguntou e Rapunzel confirmou assentindo. O guarda começou a faze uma dancinha esquisita e eu e Jamie nos entreolhamos, tentando não rir. “Ahá! Ela é a princesa! A princesa!”
“O que está havendo aqui?” Perguntou um soldado com um bigodão preto e um sotaque meio português. Pelo jeito como ele se portava, parecia ser o chefe da guarda real.
“A princesa voltou!” O guarda feliz anunciou apontando freneticamente para Rapunzel. “Isso não é fantástico?!”
O guarda-chefe nada disse, pois havia paralisado ao ver a loira. Diferente do guarda feliz, ele a reconheceu imediatamente.
“Incrível... depois de todos esses anos... as luzes te trouxeram de volta.” Ele falou ainda estático, antes de sorrir e deixar que algumas lágrimas caíssem de seus olhos.
“O senhor está chorando, chefe?” O guarda feliz perguntou sem acreditar.
“È claro que eu estou chorando, seu idiota! Agora, o que está fazendo aí parado? Vá logo chamar o rei e a rainha!” O guarda-chefe ordenou e o guarda feliz entrou imediatamente no castelo. “Ah, pequena... se soubesse como sentimos sua falta... Perdão, eu não me apresentei. Sou Alfred Santiago, capitão da guarda real. Venho te procurado há quase dezoito anos.”
“Prazer conhecê-lo, Alfred.” Rapunzel cumprimentou o guarda-chefe, que começou a fazer uma série de perguntas para ela. Por onde ela esteve, quem a raptou, como ela conseguiu fugir...
Os minutos se arrastaram e nada do guarda feliz votar com as majestades. Rapunzel estava explicando o que eram os guardiões, quando Alfred ergueu a mão e a interrompeu:
“Perdão, princesa. Adorarei continuar a ouvir sua história, mas preciso saber por que aquele paspalho do Matias, ainda não retornou com seu pais. Se me der licença...”
“Humm, claro.” Rapunzel murmurou e o Alfred fez uma reverência, saindo em seguida atrás do guarda feliz.
Um assovio cortou a noite e quando eu virei para trás vi o trenó de Norte vindo na direção do castelo.
“Você tem que ir logo, agora?” Rapunzel perguntou com a voz melosa.
“Jamie, olha para lá.” Ordenei e o garoto ficou de costas para nós, admirando o Reino de Corona. Suspirei e olhei para Rapunzel. “Sim, loira. Infelizmente chegou a hora de eu partir.”
“Mas e se eu não deixar? E se eu te prender aqui?”
“Prender? Pelo o que?”
“Por roubar meu coração.”
Eu sorri e passei a mão pelos cabelos de Rapunzel.
“Não se pode roubar aquilo que já tem.” Falei e a loirinha fitou seus pés, parecendo estar um triz de chorar. “Ei, olha para mim.” Pedi segurando o queixo dela e fazendo-a me fitar. “Nós comandamos as estações em todos os lugares e em todas as épocas, certo?” Rapunzel assentiu, com seus olhos verdes brilhando como joias. “Então, quando for o inverno aqui eu venho te visitar e quando for primavera lá, você vem me visitar. È muito simples entende?”
“Entendo, mas não consigo aceitar.” A voz da loira era chorosa. “Aqui é primavera, Jack. Significa que terei que esperar mais oito meses para vê-lo.”
“Oito meses passam como dias, quando se é um guardião.” Comentei passando os braços por volta da cintura da loira. “Sugiro que você durma, pois assim o tempo vai passar mais rápido.”
“Se você diz.” Rapunzel falou sorrindo e passou os braços por volta do meu pescoço, antes de encostar seus lábios macios e rosados nos meus.
Nosso beijo foi caliente e bastante desesperado. Aposto que quem nos visse naquele momento, pensaria que um de nós iria morrer em seguida e que aquele era nosso último beijo. Mas, de certa forma, a pessoa teria razão, pois eu iria morrer sem Rapunzel e aqueles oito meses passariam como séculos para mim.
“Para você se lembrar de mim.” A loira disse, fazendo um pequeno girassol aparecer em sua palma direita.
“È uma ótima representação sua.” Comentei pegando a flor. Rapunzel sorriu e me roubou um rápido beijo. “Não vou ter como te esquecer, pois toda vez que eu olhar para uma árvore, uma flor ou até uma simples formiga, vou lembrar-me de você Guardiã da Primavera.”
Rapunzel sorriu e me abraçou com força.
“Eu sei que estou amolando, mas não posso deixar você partir.” Ela confessou sussurrando em meu ouvido.
“Eu não vou partir, pois sempre estarei aqui no seu coração, Rapunzel. Você não poderá me ver, mas poderá me sentir.”
Afastei-me da loira e vi que ela chorava, assim como eu. Rapunzel enxugou minhas lágrimas frias com as costas de suas mãos delicadas.
“Até logo, Jack.” Ela se despediu, tentando controlar suas emoções.
Segurei as mãos da loira e as beijei, antes de depositar um beijo terno em sua face.
“Até logo, Rapunzel.” Me despedi, largando as mãos de Rapunzel e me afastando dela com aperto no peito.
Desci ás escadas que levavam a praça, sentindo o olhar de Rapunzel sob minhas costas. Eu não olhei para trás, pois sabia que se olhasse eu nunca mais sairia dali. Subi no trenó junto com Jamie e somente quando as renas levantaram voo que eu olhei para Rapunzel.
Ela estava sorrindo, apesar de ter grossas lágrimas estarem rolando pela sua face. Seus lábios tremiam, enquanto balbuciava a canção da cura que fazia seu cabelo brilhar. Porém, a loira tinha consciência de que a dor que sentia, não poderia ser curada por nenhuma magia deste mundo. O sapo chamado Pascal, estava em seu ombro e havia assumido um tom cinzento, que combinava com a tristeza do ambiente.
O portal se abriu bem na hora que um casal atravessava os portões do palácio com os braços estendidos na direção de Rapunzel, no mesmo momento eu me lembrei do que havia dito há dias atrás para loira.
“... você vai encontrá-los e eles te receberam com beijos e abraços... "
Sorri com a lembrança, sabendo que em breve aquelas palavras seriam cumpridas, só que em outra situação e com outras pessoas.
THE END?

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