30. O Mundo Negro



POV Jack
O corredor da prova não foi tão mórbido como da primeira vez que eu passei por ele. O primeiro motivo foi por que minha morena estava comigo. O segundo era porque eu tinha voltado ao mundo dos vivos e Punzie também. E o terceiro foi por que meu cajado estava da hora!
Enquanto atravessávamos o corredor notei que minha pele começou a emitir um estranho brilho azul e a de Rapunzel um intenso brilho dourado. Eu não sabia o que significava, mas de certa forma combinava com a gente.
Finalmente saímos do corredor da prova e acabando empacando onde estávamos. Burgess estava um caos. Literalmente.
As pessoas corriam enlouquecidas, fugindo de cavalos pesadelos que as perseguiam loucamente. O céu noturno, que estava negro, cobria a lua e as estrelas. A temperatura tinha diminuído drasticamente e o clima do ambiente era extremamente depressivo.
“Lilith estava certa. Isso é realmente o fim do mundo.” Rapunzel comentou, olhando alarmada para a cena a sua frente. “Onde ela e Breu estão?”
“Eu não sei, mas temos que encontrá-los logo.” Falei determinado.
Rapunzel assentiu e fechou os olhos por um momento, provavelmente para falar com Lilith. Passado alguns segundos ela os abriu novamente e me olhou preocupada.
“Eles estão no centro da cidade. Lilith não está aguentando, Breu é mais poderoso que ela.” Ela disse suspirando. “Lilith mandou te dizer...”
Rapunzel não pode completar a frase, pois foi agarrada por uma espécie de grifo-pesadelo, que a carregou para cima em direção as nuvens negras. Antes que eu pudesse me mexer, Punzie grunhiu e ergueu seu cajado na direção do grifo. Um jato de luz amarela saiu dele e atingiu o estranho ser, fazendo-o desaparecer. Na mesma hora, Rapunzel começou a cair. Já ia levantar voo para salvá-la, quando do nada ela parou, ficou de pé no ar e começou a descer lentamente, parando ao meu lado.
“Mas o que foi isso?” Perguntei abismado.
“Isso fui eu meu amigo.” Soluço disse, entrando no beco sem saída em que estávamos.
“Soluço!” Rapunzel exclamou correndo até o viking e o envolvendo em um abraço de urso. “Você está vivo! Eu nem acredito nisso!”
A garota estava tão animada, que nem notou o que havia na mão direita do viking. Diferente de mim, que vi aquilo logo de cara.
“Você conseguiu seu cajado.” Notei e um largo sorriso se formou em meus lábios.
O cajado de Soluço era da cor de verde musgo e tinha uma joia branca e reluzente na ponta. Era sem dúvida belíssimo, mas isso não era importante, pois o que importava era que ele tinha um cajado. E agora, todos nós tínhamos armas para lutar contra Breu.
“È lindo.” Rapunzel comentou passando a mão pela superfície do cajado.
Soluço deu um sorriso fraco e percebi que ele estava meio tristonho. Olhei confuso ao redor, procurando à ruiva, mas não a encontrei. Fitei Soluço e ele me fitou de volta, com os olhos lúgubres. Foi quando a ficha caiu.
“A Merida...?” O bolo que se formou na minha garganta me impedia de completar a frase.
Rapunzel olhou confusa para nós dois e então compreendeu, começando a chorar descontroladamente. Soluço a abraçou meio sem jeito e eu paralisei onde estava, minha mente se recusando a aceitar aquela noticia. Não. A ruiva não podia ter morrido. Ela estava... estava... Isso não importa. Ela não morreu. Pelo menos não para mim.
Sai do meu estupor momentâneo e andei até Soluço e Rapunzel. Toquei o ombro da garota e ela ergueu a cabeça, as lágrimas abundantemente pelos seus olhos.
“Temos que deter Breu.” Disse com a voz meio rouca. No mesmo momento um portal negro se abriu atrás de nós e Lilith foi jogada violentamente para fora dele.
“Inferno!” Ela gritou, rolou pelo chão e parou bem aos meus pés. Ao me ver ela sorriu e rapidamente se colocou de pé. “Então vocês não morrem tão cedo, não é?”
Rapunzel voltou a choramingar e colocou a cabeça no ombro de Soluço. Lilith ficou confusa e olhou para mim como se exigisse uma resposta.
“Merida está morta.” Sussurrei e Lilith ficou ainda mais confusa.
“Merida ainda está morta? Ela não voltou igual a vocês?” Ela perguntou e foi a minha vez de ficar confuso.
“Como assim ‘voltou igual a vocês’?” Perguntei franzi a testa.
Lilith suspirou e posou sua mão esquerda sob o ombro de Rapunzel, que se acalmou imediatamente. Soluço e Li se encararam e eu tive a sensação de que eles não estavam me contando algo.
“Ok, o que foi agora?” Minha curiosidade estava explicita em minha voz.
“Rapunzel e Merida eram mortais comuns, mas quando morreram deixaram de ser.” Lilith explicou me olhando como se pudesse de alguma forma ver minha alma. “Tipo, como você Jack. Você morreu e voltou como um guardião lembra?”
“Sim, eu me lembro. Foi isso que aconteceu com as duas?” Perguntei começando a compreender o motivo para tudo aquilo ter acontecido.
“Foi. Rapunzel é uma guardiã imortal, agora. Temos que torcer para que o mesmo tenha acontecido com Merida.” Lilith disse voltando a olhar para Soluço. “Mas infelizmente nós temos uma grave problema para resolver.”
Lilith olhou para entrada do beco e seguimos seu olhar. Havia um enorme lobo feito de areia negra, parado ali. Era o mesmo lobo que foi atrás de mim e Rapunzel nos corredores do Covil.
A filha do Breu estralou os dedos e uma densa névoa negra nos envolveu, formando uma espécie de laço em torno de nós quatro. A pele de Rapunzel começou a emanar uma luz dourada e a minha uma luz azulada, assim como a de Soluço. Lilith praguejou algo desconexo, pos sua mão direita no meu ombro e a mão esquerda no ombro de Rapunzel, que ainda estava abraçada com Soluço.
As trevas tomaram conta dos meus olhos por um momento e depois se dissiparam. Lilith saiu do beco e fez um sinal para que a seguíssemos. Prosseguimos cautelosamente e quando eu deixe o beco, vi que estava em outra realidade.
Tudo em Burgess estava desbotado e preto e branco, como aqueles filmes antigos. As únicas coisas que ainda permaneciam com cores, eram nossas roupas e nossos cajados. As ruas estavam totalmente desertas e a lua cheia brilhava esplendorosamente no céu negro.
“Mas, que lugar é esse?” Rapunzel perguntou com a voz tranquila. Olhei para ela e vi que as suas lágrimas haviam secado e ela não aprecia uma pessoa que estava chorada a poucos segundos atrás.
“Este é o Mundo Negro, uma realidade diferente do mundo dos mortais.” Lilith explicou com o olhar e a voz distante, como se estivesse voltando para o seu passado. “Antigamente, os Filhos da Noite viviam aqui e lugar não era tão mórbido como agora. Havia cores... emoções... vida.”
Quando ela falou “emoções”, eu entendi o que havia a Punzie. Naquele mundo você não sentia nada, nem dor, nem aflição, nem tristeza. Essa minha teoria foi confirmada quando eu vi que Soluço estava tão normal, como no dia em que nós nos conhecemos.
“O que houve aqui?” Perguntei olhando ao redor, tentando me acostumar com aquela visão.
“È uma longa história.” Lilith disse ainda com seu olhar meio perdido. “Que termina com esse mundo sendo esquecido, os Filhos da Noite destruídos e essa realidade renomeada de Mundo das Sombras.” O olhar de Lilith voltou para o presente e ela sacudiu a cabeça. “Deram esse nome, por que tudo que vocês veem é sombra da forma original.”
“E porque, não tem sombras de pessoas?” Soluço perguntou meio indiferente.
“Por que essas sombras não podem habitar esse mundo.” Lilith respondeu e nos fitou de forma enigmática. “Vocês precisarão se dividir, para alcançar a vitória.”
“Dividir e conquistar.” Rapunzel murmurou, me fazendo lembrar de um ditado chinês. “Moleza.”
Lilith sorriu.
“Deem sete passos e pare.” Ela disse dando o primeiro passo e desparecendo no ar.
Suspirei e dei o primeiro passo. Imediatamente o cenário ao redor de mim mudou. Eu já não estava na rua antes do beco do Covil e sim no centro de Burgess. Dei o segundo, passo e o cenário mudou novamente. Dei o terceiro, quarto, quinto, sexto, quando cheguei ao sétimo passo eu já estava nos arredores da cidade, em cima do lago congelado.
“Incrível.” Sussurrei abismado.
“O tempo e os limites aqui são relativos.” Lilith explicou olhando atentamente para as árvores que cercavam o lago.
Meu ouvido esquerdo captou um ruído vindo de dentro da mata. Imediatamente meus dedos se fecharam em volta do meu cajado e meus olhos vasculharam o espaço entre as árvores. Pude sentir Rapunzel e Soluço ficarem alertas ao meu lado.
Ouvi novamente o ruído estranho, seguido por cascos batendo no chão. Os ramos das árvores, próximas a beirada do lago, balançaram levemente e se inclinaram para o lado como se algum ser invisível estivesse passando por ali.
O barulho de cascos percorreram o lago, vindo na minha direção. Minha mente cogitou que poderia ser um pesadelo “invisível”, mas eu sabia que apesar de Breu estar forte, ele não podia simplesmente desaparecer. O som aumentou. Lilith cerrou os punhos e grunhiu. Imediatamente as cores voltaram e eu me vi ao lado de Jamie, que estava cara a cara com um cavalo pesadelo.
Sem pensar duas vezes eu disparei uma rajada de gelo na direção do cavalo, mas o que saiu não foi gelo e sim uma intensa e sinistra luz azul. O feixe de luz acertou o cavalo e o desintegrou, como se fosse um tiro de lazer. Jamie , Rapunzel e Soluço olharam para mim abismados, enquanto Lilith olhava para mim, parecendo decepcionada.
“Só isso?” Ela perguntou com a voz carregada de frustração.
“Como assim ‘só isso’?” Perguntei indignado. “Você por acaso viu o que se passou aqui.”
Lilith não pode responder, pois um lobo feito de areia negra pulou em cima dela, derrubando-a no chão. Eu movi meu cajado na direção da criatura, no mesmo momento em que ela avançava para cima da garota emo. O meu “tiro de lazer” já estava sendo separado, quando eu o fiz recuar e voltar para dentro do cajado, ainda sem conseguir acreditar no que via.
O lobo estava lambendo a cara de Lilith.
Vendo ele dessa maneira, você poderia considerá-lo como um cãozinho dócil. Só que você tinha que ignorar que ele tinha altura de uma picape e dentes prateados e afiados como navalhas.
“Apollyon!” Lilith reclamou, tirando o lobo de cima dela.
Sim, senhoras e senhores. Aquela criatura tinha o nome de Apollyon, o anjo destruidor. Naquele momento eu não sabia se tremia ou ria da sutileza de Lilith.
“Você está vivo!” Jamie exclamou me abraçando desesperadamente.
“È claro que eu estou!” Afirmei e vi que Jamie estava quase chorando. “Breu precisa demais do que um veneno mortal, para me parar!”
Soluço ficou confuso e se virou para nós com uma interrogação invisível em sua cabeça.
“Como você pode estar vivo, se você já era um guardião?” Ele perguntou e eu não consegui achar uma resposta concreta para aquela pergunta.
Olhei para Lilith que estava de pé, afagando a cabeça do seu lobo de estimação , quando a olhei, ela me lançou um olhar entediado, antes de fitar sugestivamente a lua. No mesmo momento eu entendi o motivo por eu ter voltado e pelo meu cajado ter mudado de madeira para prata. Eu não era mais um guardião comum.
“Eu me tornei um Guardião da Lua.” Sussurrei baixo, mas mesmo assim todos os presentes escutaram.
“Você não se tornou um guardião.” Soluço afirmou balançando a cabeça negativamente. “Você se tornou um Filho da Lua.”
Eu franzi a testa confuso.
“Um Filho da Lua?” Rapunzel perguntou antes que eu tivesse a chance.
Soluço assentiu.
“Eu não sei o que exatamente.” Ele disse olhando para o chão, parecendo meio disperso. ”Os pesadelos me chamaram disso, depois de disparar um jato de luz azul igual ao de Jack.”
“Você faz uma parada igual a minha?” Perguntei surpreso e o viking assentiu.
Um trovão escurecedor cortou os céus e um terremoto de grande magnitude abalou a terra. Rapunzel olhou para o gelo e eu vi dois sóis amarelos aparecerem em suas palmas. Imediatamente a terra parou de tremer.
“Eu tenho de detê-lo.” Punzie falou determinada, olhando para a escuridão do céu noturno.
“Então vá logo.” Lilith murmurou.
Rapunzel suspirou, deu um abraço apertado em Soluço e Lilith e se agachou ao lado de Jamie ficando no nível dos olhos do garoto.
“Se eu não voltar, você pode cuidar do meu iceberg rebelde?” Ela pediu com um sorriso travesso em seus lábios rosados.
Jamie sorriu e assentiu.
“Vou tentar deixá-lo longe de problemas.” O garoto prometeu, cruzando os dedos.
Rapunzel sorriu e se levantou me fitando intensamente. Jamie se desgrudou de minhas pernas e foi para o lado de Lilith. Abracei meu Raio de Sol com força e a beijei com a mesma intensidade. Ela correspondeu o beijo, colocando suas mãos em minhas costas e me puxando para mais perto dela. Só nos separamos quando o ar já se tornava algo extremamente necessário. Colei minha testa na dela e ainda de olhos fechados murmurei:
“Por favor, volte para mim.” Pedi sussurrando. “Eu não vou aguentar te perder da mais uma vez.”
Uma mão quente tocou minha face e eu abri os olhos. Lágrimas silenciosas haviam escapado dos olhos de Rapunzel. Afastei-me um pouco da garota e enxuguei suas lágrimas com as costas da minha mão.
“Um sábio uma vez disse, que era melhor chorar pela perda de um grande amor, do que nunca ter amado.” Comentei e as lágrimas de Rapunzel continuaram a escorrer. “Na época em que eu vi essa frase, achava que esse cara estava enganado. Mas hoje, aqui ao seu lado, eu vejo que nunca ninguém falou palavras mais verdadeiras.”
Punzie esboçou um sorriso fraco e encostou levemente seus lábios macios nos meus. Ela se afastou de mim e sem dizer nada, se desfez em uma fumaça negra.
...................................................................................................................................
Eram tantos pesadelos, que eu já havia perdido a conta de quanto eu e Soluço havíamos acertados. Eles tinham todas as formas possíveis para se temer, repteis, felinos, seres mitológicos e até pessoas comuns. Mas nenhuma das formas se comparava as carinhas que eu denominei de “piratas pesadelos”. Eles eram feitos de areia negra, possuíam olhos brancos, magricelos e carecas, seus braços esqueléticos seguravam duas longas espadas feitas de um estranho metal negro. Diferente dos outros pesadelos, esses eram mais ágeis e difíceis de matar.
Pra dar conta de tudo, Lilith nos dividiu em três duplas e nos mandou para um determinado ponto da cidade. Eu e Soluço ficamos no centro, Jamie e a irmã dela, Sophie, ficaram nos arredores da cidade e Lilith e o lobo Apollyon na região próxima ao Covil do Breu. Todos nós estamos com nossas mentes conectadas, incluindo Rapunzel, que estava num duelo equilibrado com o Breu.
Logo no inicio, parecia que a gente estava lutando com a maré, por que para cada dois pesadelos que a gente matava mais oito surgiam em seu lugar. Só que com o passar do tempo, eles meio que foram diminuindo e nossa força aumentando. Segundo Lilith, era por que as pessoas via a gente protegendo elas e acreditavam que existia esperança, que o bem podia vencer o mal, o que resultava no fortalecimento da fé nos guardiões e consequentemente desencadeava nossa força.
E por falar em guardiões... Onde estariam eles agora?
“Estava me perguntando a mesma coisa.” Soluço comentou liberando uma onda de luz azul que desintegrou cinco piratas de vez. “O Sandman seria muito útil aqui, assim como todos os outros.”
“Acho que eles devem estar travando suas próprias batalhas.” Especulei liberando um flash azul, que acertou uma enorme aranha pesadelo. Examinei o local a procura de mais criaturas, mas não encontrei nenhuma. Soluço e eu nos entreolhamos e um tanto confuso ele perguntou por pensamento perguntei a Lilith:
“Os pesadelos também desapareceram por ai?”
“Sim. Não sobrou nenhum.” Ela respondeu parecendo distante.
“O que houve?” Perguntei, pois sentia que havia um motivo por trás daquele estranho sumiço.
“Breu tirou os pesadelos da rua, para poder concentrar seu poder nele.” Lilith explicou como se estivesse armando uma estratégia. “Esse plano funcionaria, se não fosse pelos medos dos pesadelos que o deixassem forte.”
“Rapunzel já sabe disso?” Jamie perguntou entrando na conversa.
“Acabei de saber.” Punzie se pronunciou, com a voz meio cansada.
“Você está bem?” Perguntei preocupado.
“Estou, mas eu não posso falar agora.” Ela respondeu com sua a voz angelical soando arrastada. “Pensar exige uma parte da minha atenção, que acaba sendo dobrada quando se trata de você.”
Eu sorri de orelha a orelha e Soluço riu.
“Sendo assim, continue a luta. Prometo que não vou te perturbar.” Falei e senti a conexão com a mente de Rapunzel se desfazer.
“Ela te amo mesmo.” Soluço comentou fitando o vazio e então eu voltei a lembrar de que a ruiva havia partido.
“Merida também te amava.” Afirmei tendo certeza de o que eu dizia era verdade. “Ela só era marrenta demais para admitir.”
O viking riu novamente e tanto eu como ele, pudemos ouvir a voz desesperada de Jamie ecoar pelas nossas mentes:
“Pessoal! O corpo da Merida apareceu! E ela parece ainda estar respirando!”
“Lilith!” Gritei mentalmente e no mesmo momento, a garota emo desfez a mim e o Soluço em fumaça, nos fazendo aparecer no lago congelado. Eu fiquei onde estava sem consegui me lembrar de como é que minhas pernas se moviam. Pois ali, deitada no chão bem na minha frente, se encontrava a ruiva ardente.
“Merida!” Soluço gritou, se jogando no chão ao lado da ruiva e tomando a mesma em seus braços. Ele encostou seu ouvido direito no coração dela e ergueu a cabeça olhando para mim. Seus olhos verdes estavam tristes. “Está fraco demais, Jack.” A voz dele parecia que iria falhar a qualquer momento. “Eu não acho que ela vá sobreviver.”
A última palavra que ele disse me fez descongelar. Agachei-me ao lado dos dois e toquei a nuca de Merida com as pontas dos meus dedos frios. Os pelos do braço dela se eriçaram como estivesse ocorrido um calafrio.
“Ela ainda está aqui conosco.” Falei tirando minha mão da nuca dela e pondo em sua testa fervente. “Só que precisa do seu poder para acordar.”
Soluço ficou confuso.
“Meu poder?” Ele perguntou sem entender nada.
“O ar é uma das maiores necessidades humanas.” Expliquei sem tirar os olhos da ruiva. “Veja que o coração dela esta batendo, mas ela não está respirando.”
O viking entendeu de imediato e fitou Merida. Bem lentamente ele se aproximou da boca da ruiva. Os lábios dos dois já se roçavam, quando Soluço murmurou:
“Por favor, fique conosco.”
E então ele a beijou, na esperança que ela voltasse.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Jack Frost

Vazam as primeiras imagens promocionais de Como Treinar Seu Dragão 2

Merida Dunbroch