22. A união faz a força!


POV Jack
Sem dúvida aquela não tinha sido minha melhor ideia.
Eu havia me separado da Merida. E agora nós dois corríamos perigo. Achei que a separação nos ajudaria, mas assim que entrei num corredor escuro vi que estava completamente errado; o corredor era frio, úmido e exalava podridão. Franzi o nariz com cheiro e meus olhos tentavam enxergar uma luz que não havia ali. Ignorando o odor, inspirei fundo. Eu tinha que sair dali!
Havia feito uma promessa ao Soluço e iria cuidar da ruiva dele. Soltei o ar e fechei os olhos. O barulho de água gotejando, encheu meus ouvidos.
A um modo de você sair daqui. A voz de Lilith ecoou na minha mente.
E qual seria? Perguntei mentalmente a ela, pendendo por costume minha cabeça para o lado.
Há uma espécie de marca, na parede esquerda. Dê duzentas passadas e então pare.Lilith respondeu.
E depois? Perguntei franzindo a testa.
Faça isso primeiro! A voz de Lilith saiu irritada.
Bufei e abri os olhos, tinha irritado a “filhinha do Breu”. Nossa, que meda.
Eu ainda te ouço Frost. Ela murmurou.
“Saia da minha mente!” Bradei irritado e o riso de Lilith ecoou pela minha cabeça.
Um, dois, três... Comecei a contar mentalmente os passos que dava.
Olhei para trás; sentia que estava sendo seguido. Uma sensação de perigo e medo tomou conta de mim e eu perdi a contagem.
Lilith! Você está me ouvindo? Você sabe em que número parei? Perguntei mentalmente, mas não obtive resposta.
Respirei fundo e comecei a pensar.
Dê duzentos passos. A lembrança da voz de Lilith tomou conta da minha mente. A uma espécie de marca na parede.
Comecei a tatear a parede, torcendo para que a marca fosse em alto- relevo. Segundos e minutos se passaram e eu não conseguia achar aquela droga de marca.
Mas respeito com minha marca. A voz de Lilith ecoou nos meus ouvidos, apesar de eu sentir que ela só se encontrava na minha mente.
“Foi passear por acaso? Eu perdi a contagem, sabia?” Bradei parando de andar.
Eu ajudo sua namorada e assim que você me agradece. Lilith disse irônica
“Rapunzel! Ela está bem? Ela se machucou? Onde está o viking?” Perguntei e me senti ligeiramente ruborizado. “Rapunzel não é minha namorada!”
Lilith riu.
Sei. Por é supernormal alguém chamar uma garota de minha, sem ter um envolvimento amoroso.
“Você não respondeu minhas perguntas.” Destaquei irritado.
O viking foi enfrentar o Morte Vermelha numa ilha do tempo dele. Rapunzel está bem, mas está numa luta acirrada com Gothel e Breu. Ela está com vantagem, mas vai precisar de ajuda em breve.
“Você viu a Merida?” Perguntei preocupado me lembrando da promessa que tinha feito a Soluço.
Não, não estou conseguindo senti-la.
“O que quer dizer com isso?”
Quero dizer que ela deve estar em um lugar inacessível para meus poderes. Provavelmente está nas escadarias.
“E o Jamie e a família dele?”
Libertados, mas ainda no covil.
“Por quê?”
As coisas estão feias lá fora. As trevas começaram a atacar e as pessoas estão horrorizadas. O único lugar seguro agora é o covil do Breu. A vida tem suas ironias.
Assenti e senti que estava sendo observado, olhei para trás, mas não consegui ver nada.
Tem algo atrás de mim. Você consegue ver? Perguntei mentalmente a Lilith, tentando não chamar a atenção do meu perseguidor.
È um aliado do Breu. Mas não consigo dizer quem é.
Fiz as contas. Soluço com o dragão enorme, Rapunzel com Gothel e Breu. Só me sobrava.
Mor’du. Deduziu de imediato.
Possivelmente. Lilith comentou usando um tom frio.
Voltei a olhar para frente e continuei a andar.
A marca! Me guie até a marca! Pedi começando a me desesperar.
Mantenha a calma, pare e conte dez passos. Lilith me ordenou usando um tom de voz seguro e calmo.
Segui suas instruções e tateei a parede, tentando encontrar a marca que não parecia ser em alto relevo.
Na altura do seu ombro. A voz de Lilith ecoou ao meu lado.
Olhei para trás, mas como estava escuro, eu não ver nada. Suspire e me virei para a parede, levemente a toquei e um brilho branco surgiu na forma de uma espiral. Dei dois passos para trás e o brilho cresceu tomando a forma de uma porta.
Lilith? Chamei, mas não obtive resposta.
Um súbito nervosismo tomou conta de mim e meus dedos torceram o cajado com força. Respirei fundo e soltei o ar. Sentindo-me um pouco mais corajoso, empurrei a porta usando a ponta do meu cajado.
Havia um corredor do outro lado da porta, iluminado por uma luz prata, que parecia ser da lua. Entrei no corredor e a porta se fechou atrás de mim no mesmo momento em que a luz sumiu.
Não entre em pânico. Afinal, aquela coisa que estava seguindo você ficou no outro corredor. Pensei tentando soar otimista.
Dei um passo e o lugar onde meu pé pisou emitiu uma luz azul. Dei outro passo e o mesmo aconteceu. Uma ideia se iluminou em minha mente.
Num movimento rápido eu cravei meu cajado no chão e o corredor inteiro brilhou numa luz azul. Toquei fascinado a parede do corredor, que me lembrou uma geleira. Um sorriso começou a brotar em meus lábios, mas urro o fez desaparecer.
Virei-me automaticamente e senti meu corpo paralisar com que via. Não era um urso, nem um homem. Era as duas coisas.
As duas pernas e os braços eram humanos. O braço esquerdo era peludo, assim como as costas e o pescoço. A cabeça era de um urso negro. Havia uma espada feita de areia negra, na mão direita. Mesmo diferente, o reconheci.
“Mor’du.” Falei engasgado.
A fera rugiu irritada e levantou a espada para me atacar. Na mesma hora uma coisa bizarra aconteceu. Meu cajado ficou branco e se transformou em uma adaga.
O cabo era da mesma madeira do meu cajado e tinha o símbolo de um cristal de gelo. A lâmina parecia ser feita de cristal azulado. Não pude admirar minha arma por muito tempo, por que o urso avançou com a espada na minha direção.
Esquivei-me e senti minhas costas baterem na parede oposta a que eu havia tocado. A fera virou ficando de costas para a entrada do corredor, aproveitei aquela deixa e corri para o lado que eu julgava ser a saída.
Mor’du rugiu disparou atrás de mim. Enquanto eu gritava chamando mentalmente a filha do Breu:
Lilith! Lilith! Socorro!
Você lutou com o Breu e agora grita pedindo ajuda a uma garota! Francamente Frost, onde foi para sua dignidade? Pensei comigo mesmo. Pare de correr feito frouxo e lute!
Num movimento rápido eu girei e enterrei minha adaga na barriga de Mor’u. O movimento repentino me levou ao chão e outra bizarrice conheceu.
A fera paralisou e sua forma se transformou em uma sombra. Fiquei assustado, sem dúvida aquilo era magia negra!
Ainda coma faca em sua barriga a sombra deu um passo em minha direção. Fechei os olhos. Pronto era o meu fim. Adeus mundo cruel, sentirei saudades loira.
“Adeus Mor’du.” A voz de Merida soou atrás de mim.
Abri os olhos a tempo de ver a ruiva disparar uma flecha vermelha, que acertou em cheio o coração de Mor’du. A fera deu um passo para trás e eu ouvi o barulho de gelo rachando.
“Feche os olhos!” Merida gritou, mas era tarde e mais.
Uma explosão amarela ocorreu. Meus olhos queimaram assim como cada músculo do meu corpo. O chão tremeu e apesar da explosão ter acabado, tudo em mim queimava. Minha visão escureceu, senti alguém ergueu meus ombros e me arrastar para longe.
“Fique comigo Jack. Não morra.” A ruiva me pediu e balancei a cabeça assentindo.
Alguns segundos se passaram e Merida parou de me arrastar. Ela me deitou no chão e colocou a adaga-cajado na minha mão direita.
“Eu vou tentar diminuir sua dor.” Merida me disse tocando minha testa. “Mas você vai ter que colaborar, pingüim.”
Incrível! Eu estava quase morrendo e ela ainda tinha tempo parra fazer piadinha. Mas ok, pingüim até que foi legal.
“Pense a pior tempestade que você já presenciou em sua vida.” Merida me pediu colocando os dedos de sua mão esquerda em minha nuca.
Pior tempestade? Ah claro! A páscoa de 82. Aquilo que foi muita neve!
No mesmo momento que eu pensei nisso, senti uma fisgada em minha nuca. Mas que droga a ruiva estava fazendo?
Outra fisgada, dessa vez no coração. Certo, agora só faltava ela não ser a ruiva e sim a Li... Mas uma fisgada, dessa vez no fundo dos meus olhos, seguidas por fisgadas em todo meu corpo. Gemi alto e me encolhi. Mas que droga! A morte tinha que ser tão dolorosa assim?
Ouvi novamente o barulho de gelo rachar e senti meu corpo ficar mole. Merida tirou os dedos da minha testa e da minha nuca e afastou. Devagar abri os olhos e dei de cara com um teto de pedra escuro.
“Merida?” Chamei com a voz preocupada e olhei ao redor procurando-a.
Ela estava sentada ao meu lado. Os olhos azuis estavam banhados em lágrimas e o cansaço estava tomando conta de seu rosto.
“Oi Pingüim.” Ela respondeu e nos abraçamos ao mesmo tempo.
“Obrigado lamparina.” Falei sendo sincero. “Desculpe-me ter te deixado sozinha. Eu não honrei a promessa que fiz ao Soluço.”
“Você só estava sendo você, seu idiota gelado.” A ruiva disse rindo baixo. “Pelo menos eu honrei a promessa que fiz a sua loira.”
Imediatamente me lembrei do Lilith me dissera. Afastei-me de Merida com os olhos arregalados.
“Nos que temos que ir. Rapunzel e Soluço estão em apuros!” Disse alarmado e o pânico tomou cota de Merida.
“O que houve com meu viking?” Ela perguntou se levantando.
“Eu te explico no caminho.” Respondi me levantando e olhando ao redor.
Estávamos novamente na sala das escadarias e eu não via nenhuma abertura para fora dela.
“Como saímos daqui?” Perguntei franzindo a testa.
“Eu conheço um caminho, mas não se preocupe. Não tem nada demais, só é escuro e um tanto úmido.” Merida respondeu sorrindo um pouco. “Ele dá para sala do globo... Eu acho...”
“Então vamos!” Falei tentando soar animado.
Merida começou a descer as escadas a nossa frente e eu a segui. Rapunzel e Soluço estavam correndo perigo. Meu cajado era uma adaga com poderes que eu não conhecia.
Mor’du antes de morrer tinha se transformado em uma coisa sinistra, que eu nunca havia visto. E mais uma coisa. Os pesadelos só poderiam ser mortos, pelos poderes de dois cajados. Mesmo que Merida ajudassem o viking ainda havia um problema...
...Soluço ainda não tinha um cajado.

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