06. Casamento e Ladrões.
RAPUNZEL
Eu e o príncipe Tobias caminhávamos pela estufa real, que parecia mais vistosa com minha presença. Enquanto ele falava das belezas de Arandella, eu só conseguia pensar em como estava Jack. Meu pai era um homem explosivo. E se Jack falasse algo errado...
“Estás me ouvindo?” Tobias perguntou, tirando-me de meus devaneios.
“Desculpe, alteza. Eu estava distraída.” Sussurrei, envergonhada. Se minha mãe soubesse daquilo, ralharia comigo.
“Tudo bem... Estavas pensando nele, não é?” Tobias adivinhou, sorrindo torto.
“Sabe... meu pai me mandou aqui para firmar uma união com teu reino.”
“Mas nós já somos unidos.” Falei, franzindo a testa e parando de andar.
“Estou falando de algo mais concreto.” Tobias sussurrou incomodado.
Suspirei, sabendo ao que ele se referia.
“Casamento?” Adivinhei e Tobias assentiu.
“Você não vai se casar com ele.” Jack rugiu, aparecendo na estufa.
“É claro que a princesa não se casará comigo, ele está prometida a ti. E não a mim.” Tobias afirmou, deixando Jack sem reação. “Eu já tenho alguém no meu reino e ninguém irá separar-me dela.”
“E quanto ao seu pai?” Perguntei receosa.
Tobias sorriu.
“Eu sempre fui o filho rebelde. De qualquer forma, o reino irá ser governado pelo meu irmão caçula, Gus.”
“Vai abrir mão do trono para ficar com quem ama?”
“Quando você ama alguém, nada mais importa.”
Sorri para Tobias, que retribui o sorriso, antes de virar-se para Jack.
“Então, lord Frost. Conseguiu a benção do rei?”
“Sim.” Jack respondeu ainda amuado e virando-se para mim sorriu. “Ele aprovou nosso namoro.”
Dei um gritinho alegre e pulei em cima de Jack, beijando-o ardentemente, esquecendo que tínhamos plateia. Tobias riu, fazendo eu lembrar de sua presença. Ruborizada me afastei de Jack, que riu e este me deu um beijo na bochecha.
“Felicidades para os dois.” desejou contente. “Quando vai ser o casamento?”
“Bom, a gente...” Jack começou a falar, mas eu o interrompi, cobrindo sua boca com a mão.
“Err... no momento não estamos pensando nisso. Mas será em breve. Muito em breve” Respondi e Jack encarou-me confuso.
Tobias assentiu e minha mãe entrou na estufa sorrindo de orelha a orelha.
“Hora do café da manhã.” cantarolou animada. “Vossa alteza me dá a honra de acompanhá-lo?”
Tobias sorriu e deu o braço para minha mãe.
“A honra é toda minha, majestade.”
Mamãe sorriu e segui para fora da estufa. Dei o braço a Jack, que me lançou um olhar que dizia:nós-conversamos-depois. Sorri para ele, sabendo que uma briga feia estava por vir.
***
O café da manhã foi agradável. Meu pai conversou com Tobias sobre Arandella, enquanto Jack falava com minha mãe sobre Burgess. Eu particularmente não prestei atenção no que eles diziam. Minha mente só se preocupava com a questão do casamento, que eu não queria que ocorresse. Pelo menos não agora.
“Me acompanhas em um passeio, querida?” Minha mãe me convidou, quando eu deixava a sala de jantar ao lado de Jack e Tobias.
“Claro, mama.” Concordei e virando-se para Jack pedi: “Poderia mostrar a cidade para o príncipe Tobias, querido?”
Jack assentiu meio confuso e saiu com Tobias para o saguão. Mama me conduziu para os cômodos superiores do castelo, guiando por corredores desconhecidos até uma das torres mais alta do castelo, onde um guarda ficava vigiando a entrada de Corona. No caminho não conversamos e ainda em silêncio, subimos a escada em espiral da torre. Mama dispensou o guarda que ficava na pequena sacada, se aproximou do parapeito e fixou seus olhos no horizonte.
“Olhe para baixo, Rapunzel, e diga-me o que vê.” Ela pediu, com a voz estável, baixa e tranquila.
Obedeci ao pedido dela e observei a paisagem atentamente, antes de responder:
“Vejo nosso reino, o mar congelado e a floresta dos ladrões coberta pela neve.”
“E por que isto é importante para ti?”
“Por que é minha casa, o meu lar, minha família.”
Mama sorriu.
“Fico feliz por saber que pensas assim. Mas deves ter em mente, que numa situação difícil, deverás deixar seus desejos de lado e fazer o que é melhor para nosso reino, nosso lar.”
“Estás coagindo-me a casar com o príncipe?” Perguntei temerosa.
Mama riu.
“Deus! Não! Nunca pediria algo assim.” Ela assegurou, deixando-me aliviada.
“Mas, já que tocaste no assunto. Queria te perguntar quando seria seu casamento.”
“Meu... casa... mento?”
“Sim. Seu casamento.”
“Com quem?”
“Com o Jack, oras.” Mama disse confusa. “Por acaso amas outro?”
“Não!” Neguei com a voz elevada, fazendo mama dar um pulo.
“Então, se é assim, quando é o casório?”
“Eu não sei. Jack ainda não pediu minha mão.” Respondi, que essa não era a única razão para eu não estar casada.
“Ah... não te preocupes. Em breve, pedirás tua mão.”
“Como a senhora sabe?” Questionei, fazendo mama sorrir marotamente.
“O ouvi conversando com teu pai.”
Revirei os olhos, mama adorava ouvir a conversa dos outros.
“Isso é feio, sabia?”
“Não, isto é o que fazemos quando estamos entediados.”
Ri e a abracei com força.
“Você realmente acha que ele vai pedir minha mão, mama?”
“Eu tenho certeza. Aquele rapaz ama-te muito.”
Eu sorri, mas não com o olhar. O casamento ainda era algo muito radical para mim.
***
Após conversar com mama, me retirei para o quarto e fiquei olhando o reino pela janela. Tudo estava coberto pela neve branca e as crianças faziam guerra de neve, rindo e correndo uma das outras, o que me fez rir junto com elas. Segundo mamãe eu deveria fazer o possível e o impossível para proteger o reino. E eu faria, estava disposta e pronta para isso.
Um casal entrou no meu campo de visão, fazendo lembrar-me da história do casamento. Meu sorriso então morreu.
“Por que está chateada?” Jack perguntou, sussurrando no meu pé de ouvido e fazendo meu corpo inteiro se arrepiar. Os braços deles envolveram minha cintura, enquanto eu tentava me controlar para não agarrá-lo.
“Quem lhe disse que estou chateada? O que fez você pensar isso?” Rebati, cruzando os braços e me afastando de Jack.
“Não preciso ter poderes para saber que está irritada.” Ele comentou e eu parei no meio do quarto.
“Você também desenvolveu um novo poder?” Perguntei, me virando para Jack, que assentiu sorrindo.
“Eu posso ler as emoções.” Ele disse, erguendo em seguida uma sobrancelha.
“E você?”
“Posso falar com os animais e sentir todas as coisas vivas.” Falei e Jack riu.
“Pelo menos isso explica sua relação com aquele burro.”
“É um cavalo.” O corrigi, revirando os olhos. “E o nome dele é Maximus.”
“Isso não importa.” Jack disse, agitando a mão no ar. “Mas agora me diga, por que estava chateada?”
“Prefiro falar sobre seus poderes.” Comentei e foi a vez dele revirar os olhos.
“Loira...” Ele falou, pondo as mãos em minha cintura. “Por favor... me diga o que foi. Sabe que me preocupo com você.”
Suspirei e fitei a gola do casaco de Jack.
“Estava pensando sobre essa história de... casamento.” Respondi relutante.
“Sim. Qual é o problema?” Jack perguntou atencioso.
“Bom... eu não quero me casar. Pelo menos não agora.”
Jack segurou meu queixo e me fez fitá-lo.
“Por que não?” Ele perguntou confuso.
“Por que eu quero ser livre, Jack. Eu quero viver e me aventurar, antes de ficar presa ao matrimônio.”
Jack deu um sorriso torto.
“Essa fala é da tochinha, loira.” Ele debochou se referindo a Merida, o que me fez revirar os olhos e tirar sua mão do meu queixo.
“Tem como me levar a sério?” Pedi e Jack assentiu sorrindo.
“Está tudo bem, loirinha. Você está certa. Somos jovens de mais para o matrimônio.” Terminou, arrancando um sorriso meu. “Sem contar que casando agora ou depois não faz diferença. Somos imortais mesmo.”
Meu sorriso sumiu.
“Isso também me preocupa. Eu sou imortal, mas meus pais não são. Me dói o coração saber que eu irei vê-los partir.”
“Eu posso imaginar a sensação. Posso não ter visto meus pais e minha irmã morrerem, mas eu sinto falta deles.” Jack disse entristecido. “Mas quando eu estou ao seu lado, essa dor vai embora, deixando o amor que eu sinto por você no lugar dela.”
Sorri e me inclinei para beijá-lo, mas no mesmo instante senti algo e paralisei a centímetros do rosto dele.
“O que foi?”
“Eu senti o Rider.” Respondi antes deixar o quarto às pressas.
Jack me gritou e veio atrás de mim, alcançando-me na escadaria principal.
“Para onde está indo?” Ele perguntou, franzindo a testa.
“Para o estábulo. Eu tenho que pegar o ladrão.”
“Que ladrão?”
“Flynn Rider. O infeliz roubou minha coroa.”
“Hein?” Jack perguntou, parando no meio do saguão.
Parei também e resolvi explicar a situação.
“Rider roubou minha coroa e saiu do reino. Agora mesmo eu o sentir de volta a Corona, ainda em posse da minha coroa.”
“Então, o que ainda estamos fazendo aqui?” Jack perguntou sorrindo e eu peguei sua mão e corri para o estábulo.
“Encontrei o Rider!” Gritei e Maximus cuspiu a maçã que estava comendo.
"Você o quê?" Ele perguntou, relinchando incrédulo.
“Encontrei o Rider, partiremos agora.” Falei pegando a cela dupla e colocando-a em Maximus.
O cavalo bufou e olhou para Jack.
“O imbecil vem também?”
“Eu também não vou com sua cara.” Jack respondeu como se pudesse falar cavalês Maximus.
“Como se eu ligasse para isso.” Maximus retrucou e eu lhe lancei um olhar de repreensão.
“Calados, os dois.” Ordenei, fazendo Jack e Maximus trocarem olhares hostis. Suspirei e resolvi deixar para lá. Afinal, eles não estavam discutindo.
Montei em Maximus com Jack atrás e saímos para o pátio. Gritei por Santiago, um dos soldados da guarda real, que saiu correndo do castelo.
“Reúnam os homens e vão para a floresta. O Rider voltou.” Falei e o soldado assentiu, antes de volta ao castelo.
Maximus partiu repentinamente, fazendo Jack gritar e se agarrar em mim. Me segurei nas rédeas de Maximus, que relinchou algo que soou como fracotes e aumentou a velocidade, passando como um raio pela vila, assustando todos pelo caminho. Mal tínhamos entrado na floresta quando ouvimos os gritos agudos do Rider, o que atraiu Maximus até o ladrão. Atravessamos vários bosques e saltamos uma moita, caindo em cima de Rider e um grupo de ladrões. Fui parar sentada na barriga de um cara enorme, enquanto Jack caiu com a cara no chão e Maximus nas costas do Rider. Um ladrão gemeu e resmungou:
“Ai... acho que quebrei algum osso.”
“Foi o meu...” Outro ladrão respondeu gemendo.
“Tem como sair de cima?” O ladrão em que eu aterrissara rugiu e eu fiquei de pé e corri para ajudar Jack a se levantar.
“Sai de cima, burro idiota” O ouvi Rider dizer irritado.
Eu o olhei e o vi se debater abaixo de Maximus. Ele era alto, bronzeado, tinha o cabelo curtos e castanho, olhos da mesma cor. Usava calças beges, botas marrons, colete verde e uma blusa branca com mangas arregaçadas até o cotovelo.
“Olá, Rider. Sentiu saudades?” O cumprimentei parando em sua frente.
Bem lentamente, ele ergueu a cabeça e me fitou, permitindo-me ver que o cavanhaque ridículo ainda continuava em seu queixo.
“Para ser sincero, senti um pouco.” Ele disse sorrindo. “Mas, me diz. Como é que vai o tempo ai em cima?”
Ergui uma sobrancelha e estralei os dedos, fazendo os cipós o amarrarem por inteiro.
“Ei! Ele é nosso prisioneiro!” Um dos ladrões gritou, vindo até mim. Ele era forte, branco, bigodudo, tinha um cavanhaque e trazia um martelo na sua mão.
“Perdão, mas ele roubou minha coroa. Ele vai para forca.”
“Dane-se sua coroa. Ele é nosso prisioneiro!” O ladrão rugiu e cerrou os punhos.
Maximus saiu de cima de Rider e parou na minha frente, relinchando para o ladrão, que estremeceu e pulou para trás.
“Ok... calma burrinho...”
Maximus relinchou ainda mais. Dei um tapinha no lombo dele e fiquei ao seu lado.
“Por que não fazemos assim: você vai embora, deixa o Rider, e talvez o Max não te prenda.” Sugeri e o ladrão fez uma careta.
“Acho que vou ter que recusar...” Disse entredentes.
Uma discussão então começou e minha paciência foi se esgotando, à medida que a briga esquentava. Jack sorriu e se sentou no galho de uma árvore, achando tudo aquilo engraçado. Enquanto Maximus mordia todos que tentavam se aproximar de Rider. Por fim, minha paciência foi para o espaço e eu gritei:
“CHEGA!”
Todos se calaram e eu suspirei, olhando exasperada para o ladrão.
“Rider roubou minha coroa. Ele vai comigo.” Rosnei e dizendo pausadamente entredentes, inclinando-me na direção do ladrão.
“Rider roubou meu dinheiro! Ele vai é comigo.” Ele rebateu e eu gemi. “Ele é meu!”
“Não, é meu.” Retruquei.
“Que nada. É meu.”
“Não, meu.”
“É meu.”
“É meu.”
“É meu.”
“É meu!”
Rider, que olhava de mim para o ladrão, enfezou a cara.
“Chega! Não precisam brigar! Tem Rider para todo mundo.” Ele disse, finalizando sua fala com um de seus sorrisos “encantadores”.
Revirei os olhos e encarei meu oponente.
“Olha por que não fazemos assim... Você o tortura e arranca o coração dele, enquanto eu o enforco.”
O ladrão pensou por um momento.
“Tenho que admitir que é um ótimo plano. Negocio fechado, alteza.”
Sorrimos e apertamos nossas mãos, nos virando em seguida para Rider e encontrando apenas os cipós que eu conjurei.
“Como é que ele escapou tão rápido?” Perguntei abismada com a rapidez do ladino.
“Não se preocupe. O Max está atrás dele.” Jack disse sorrindo, enquanto pousava ao meu lado.
***
Enquanto voava com Jack, pude ouvir o barulho da perseguição. Rider era incrivelmente rápido, mas Max era mais. Depois de muita corrida, o chefe da guarda real encurralou o ladrão na beira de um penhasco. Ele não tinha como fugir.
“Renda-se, Rider.” Ordenei pousando ao lado de Maximus.
O ladrão sorriu.
“Foi mal, mas tenho outros planos.” Ele disse, antes de dar uma pirueta e mergulhar para trás.
Voei atrás dele, mas aterrissei no chão com as mãos vazias. Mais uma vez Rider havia sumido. E o pior, é que ele ainda estava com minha coroa.
“Para onde ele foi?” Jack pousou ao meu lado.
“Não sei, o maldito sumiu! Ele sempre some assim.” Respondi e olhando ao redor sentir que o lugar me era familiar. “Acho que já estive por aqui antes.”
Toquei uma pedra e inspirei sentindo o cheiro de tintas brancas feita de conchas. As mesmas tintas que Gothel comprava para mim.
“A torre! Minha torre!” Exclamei surpresa seguindo o cheiro.
Empurrei um monte de folhas, que deu para uma caverna, que deu para um recanto escondido entre as montanhas. No meio dele, inalterada pelo tempo, estava meu lar. Correção, meu antigo lar.
“Estou vendo que esse dia promete.” Jack comentou, aparecendo ao meu lado.
“Por que não damos uma olhada?”
Arregalei os olhos, lembrando-me dos pesadelos em que Gothel voltava e me arrastava para a torre, me trancando de forma que ninguém me encontrasse. Jack sentiu meu medo e sorriu de modo reconfortante.
“Você tem que superar seus medos, loirinha.” Comentou, enquanto aegurava minha mão. “Mas não se preocupe eu estou ao seu lado. Eu sempre vou estar ao seu lado.”
Sorri e voamos juntos para o parapeito da janela, onde havia dois vasos com flores murchas. Assim que meus pés tocaram o parapeito, as flores renasceram, mais lindas que anteriormente. Jack colheu uma delas e me deu um beijou na bochecha, entregando-me a flor em seguida.
“Vamos lá.” Ele disse empurrando a janela e entrando comigo na torre.
“Tudo está igual.” Comentei, observando o local.
Jack e eu andamos para o meio da torre e ele ergueu a cabeça para cima. Acompanhei seu olhar e percebi que ela observava meus desenhos.
“Você fez tudo isso?” Ele perguntou e eu assenti.
A lembrança da briga que eu tivera com Gothel surgiu em minha mente. Deus... como eu pude ser tão idiota naquela época.
“O que é aquilo?” Jack perguntou, aproximando-se da lareira.
No espaço acima da lareira havia meu desenho com as lanternas de Corona. Lanternas que eu sempre soube que eram para mim, apesar de tudo que Gothel dizia.
“Era o meu sonho.” Falei e Jack me olhou curioso. “Durante todos os anos, no dia do meu aniversário, o céu se enchia dessas lanternas. No inicio eu pensei que eram estrelas, mas logo vi que estava enganada. No dia em que Norte veio me buscar, eu pedi para Gothel me deixar ir vê-las. Mas, ela negou dizendo que era perigoso fora da torre. Eu, como uma tonta acreditei nela.”
“Você não era tonta, era inocente.” Jack falou suavemente, acariciando meu rosto. “Eu amava e ainda amo isso em você.”
Sorri para ele e um vaso explodiu próximo a nós. Soltei um grito assustado e me agarrei a Jack. Todos os vasos da torre explodiram e uma forte ventania entrou na torre, criando uma de redemoinho no meio dela.
“O que está acontecendo?” Sussurrei e Jack me segurou com força, enquanto os objetos da torre eram tragados para dentro do redemoinho.
As janelas se fecharam, assim como as cortinas, deixando o ambiente escuro e abafado. O redemoinho cessou e as coisas caíram ruidosamente no chão, quebrando-se em pedacinhos. Uma áurea azul emanou da pele de Jack ao mesmo tempo em que uma áurea amarela emanava da minha. Aquilo só havia acontecido uma vez, há muito tempo, quando passamos pelo Corredor da Prova, para sair do Covil do Breu. Nossas áureas cresceram e se juntaram iluminando a torre com uma luz verde. Um ser encapuzado saiu de trás da cortina e como instinto nossos cajados assumiram sua forma real, aparecendo em nossas mãos. O ser parou no meio da torre e retirou o capuz, revelando sua identidade e me fazendo arfar.
Era uma mulher bonita e pálida com cabelos negros, encaracolados e brilhantes. Tinha olhos cinza claro, quase brancos e usava um vestido vermelho com um cinto da mesma cor. Era impossível, no entanto ela estava ali, como se houvesse saído dos meus pesadelos. A mulher que me separara dos meus pais.
Gothel
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