09. "Avante, vikings!"
MERIDA
Nunca duvide da coragem dos vikings, ela pode lhe surpreender.
Pessoas racionais não rugiriam e se lançariam para cima de uma horda de pesadelos, gritando e lançando travessas de carne e canecas de hidromel como se fossem as armas mais letais do mundo. Mas os vikings não são racionais, eles agem por instinto. Por isso quando viram que os carecas eram nossos inimigos, todos os homens, mulheres, crianças e idosos, exilados e não-exilados, lutaram pela nossa sobrevivência.
“Protejam o filho de Stoick!” Alvin, o líder dos exilados rugiu, sacando um bastão, que com um clique metálico se transformou em lança.
“O acordo era: sem armas no Grande Salão.” Stocik bradou, desarmando um pesadelo e atacando-o com sua própria arma.
“Eu estou ajudando. Quer mesmo discutir isso agora?” Alvin retrucou e Stoick gritou, mantendo os pesadelos longe.
Enquanto os vikings atacavam os pesadelos, Soluço duelava a moda antiga com o líder dos carequinhas. Era espada contra espada, sem poderes ou interferências. Já eu, estava encurralada em uma parede cheia de pinturas, atacando os pesadelos com minha luz dourada, conseguindo apenas feri-los e retardá-los. Minha mente estava tão focada naquilo que quando vi um pesadelo surgir na parede atrás de mim, já era muito tarde para fazer algo.
Felizmente, alguém foi mais rápido que nós dois e lançou um porrete no pesadelo, que com o impacto se desfez no ar. Ao olhar na direção do meu salvador, vi Heather, a ex-exilada com um sorriso perturbador.
“Por pouco, princesa. Por pouco.” Ela comentou, arrancando o porrete da parede.
Quando olhei ao redor, não havia mais nenhum pesadelo me cercando.
“Como você... ?”
“Meu povo só continua vivo por que sabe descobrir as fraquezas de seus inimigos. Aparentemente a fraqueza dessas coisas é um pancada forte na cabeça. E a sua hã... luz amarela.”
“Bom, de qualquer jeito, obrigado.” Agradeci, forçando um sorriso simpático.
O sorriso estranho de Heather se alargou e ela assentiu.
“O poder deles está vindo do incêndio lá fora.” Ouvi Soluço dizer em minha cabeça e me sobressaltei, assustando Heather.
“O que?” Ela perguntou, já sem seu sorriso.
“Precisamos conter o incêndio.” Falei, tentando ignorar a ironia em minha frase. “Essas coisas são pesadelos, eles se alimentam do medo das pessoas.”
“E uma aldeia inteira gritando e correndo é como um banquete em Asgard para eles.” Heather disse, compreendendo a situação. “Certo. Abra caminho com a luz e eu protegerei sua retaguarda.”
Assenti e me lancei na multidão, disparando luz em todo careca que eu encontrava o que tornava o trabalho de Heather quase zero. Ao deixarmos o salão, meu coração se apertou e encolheu. Toda Berk queimava, as pessoas gritavam, os rebanhos fugiam e o pandemônio pairava sobre todos os lados. O maior temor de Soluço tinha se concretizado.
Mas, esse não era o fim, pois no céu havia vikings montados em dragões. Alguns carregavam tonéis com água, contendo o incêndio e outros flanavam no ar atacando algum ser invisível. Quando um dragão disparou uma fumaça verde sobre seu oponente, pude vislumbrar por um momento algo parecido com uma cauda.
“A água não está ajudando.” Heather observou, fitando um das casas onde os vikings despejavam litros e mais litros de água, que não surtiam efeito algum contra as chamas.
“È por que não é fogo comum. Ele foi produzido por pesadelos. Machuca até mesmo os imortais.”
No mesmo instante, a queimadura em meu braço ardeu como se fosse um lembrete de que eu não devesse brincar com aquele tipo de fogo.
“Mas você não é uma imortal do fogo. Por que não faz algo?” Heather indagou soando irritada.
“Como eu disse: não é fogo comum. Eu não possuo poder sobre isso.”
Aparentemente a criatura ouviu minhas palavras, por que no segundo seguinte, ela cuspiu uma bola de fogo na minha direção. Joguei-me no chão junto com Heather, escapando por um triz das chamas. Nós rolamos colina abaixo e só paramos ao bater numa carroça. O impacto machucou minha queimadura e fez meus olhos se encherem de lágrimas. Tive que trincar o maxilar para não gritar.
“Temos que nos abrigar!” A exilada gritou e eu assenti, deixando um gemido escapar.
Mal tinha me levantado, quando pelo canto do olho vi algo escuro descer a colina, lançando-se contra mim. Graças aos meus reflexos aguçados, girei e enterrei meu cajado na forma de uma lança, bem na barriga de um carequinha, que se desfez em poeira. Ao olhar na direção das chamas, vi outros carecas começarem a surgir a partir delas e meu coração se perdeu num compasso.
“Corre!” Gritei para Heather e segui meu próprio conselho, correndo pela aldeia em busca de um refúgio.
Heather e eu encontramos abrigo atrás de uma carroça, praticamente colada com o muro de uma casa, que ainda estava intocada pelas chamas. Agachei-me com cuidado e dei uma olhada na queimadura negra como carvão.
“O que houve com seu braço?” Heather perguntou, apertando os olhos para ver minha queimadura na escuridão.
“A coisa o queimou.” Murmurei e sem querer meus dedos roçaram de leve o ferimento, me fazendo gemer. “Não se preocupe, vou ficar bem.”
“È o que todo mundo diz, quando logicamente não vai ficar bem.” Heather retrucou, me fazendo sorrir.
“Melhor encontrar outro lugar para se esconder.” Sugeri, fazendo meu cajado assumir a forma de uma espada. “Os carequinhas vão me achar. Sou como uma vela num cômodo escuro e eles vão vir me apagar. Literalmente.”
“Se eu fizer isso, Astrid e Soluço vão me matar.”
“Ah, eles não...”
Antes que eu pudesse terminar a frase, uma pessoa caiu com força em cima da carroça, quebrando as rodas delas. Quando ergui a cabeça vi que se tratava de Astrid, que tinha fumaça saindo pelas ventas (falo no sentido figurado).
“Eu. Vou. Matar. Essa. Galinha.” Ela jurou entre dentes, frisando cada palavra.
“Mas é claro que vai.” Heather disse sorrindo aliviada e puxando sua amiga para nosso esconderijo. Ela e toda Berk acreditavam que Astrid e os outros estavam mortos uma hora dessas.
“Vi a criatura?” Perguntei curiosa, soando meio como o Soluço.
“Sim. Parece uma galinha gigante, só que com penas negras e olhos brancos fantasmagóricos.”
“Achou um ponto fraco?” Heather questionou, estreitando os olhos.
“Ela não gosta de luz solar.”
Nós três olhamos para o céu e suspiramos. Demoraria muito para o sol nascer, o que nos forçava a pensar em outra maneira para derrotar a besta-galinha-pesadelo. E tinha que ser rápido.
“Certo, Merida é a mais poderosa entre nós. Quais são seus poderes, ruiva?” Astrid perguntou, parecendo prestes a bolar uma grande estratégia.
“Hã, eu sou a Guardiã do Verão, então... posso aquecer o ambiente, queimar folhas, fazer fogo e sentir quando algo ruim vai acontecer.”
“Algo mais?”
“Bem, eu sou protetora da coragem.”
Astrid franziu a testa por um momento, antes de seus olhos brilharem e um sorriso louco surgir no rosto dela. Do nada, ela começou a rir histericamente.
“Vish, pirou.” Heather falou, recuando para longe de Astrid, que agarrou o braço da exilada e conteve seu riso.
“Desculpem. È que eu tive uma idéia tão óbvia, que tive que rir da minha lerdeza.” Astrid explicou, mas Heather continuou com sua expressão receosa.
“Hum, claro. Qual foi sua estratégia?”
“Simples: Merida vai fazer um discurso.”
Por um momento o silêncio reinou entre nós e pude ouvir os gritos dos vikings soando abafados de algum lugar distante. Enfim, Heather perguntou:
“Certo, mas qual o resto da estratégia?”
Astrid ficou confusa.
“Não tem resto. Essa é a estratégia.”
“Um discurso?” Perguntei, incrédula. “Sua grande idéia para nos salvar é eu fazer um discurso.”
“Bom, Soluço me disse que você fortaleceu a fé dele quando lutaram com o pesadelo Morte Vermelha. Suas palavras o fizeram superar o medo e restaurar suas forças.”
Olhei para Heather na esperança de que ela falasse que Astrid tinha realmente pirado, mas a exilada estava sorrindo como se tivesse ouvido uma idéia que salvaria o mundo e pudesse contribuir com ela.
“As chamas dos pesadelos são feitas de medo, não é?” Heather perguntou e me rosto se fechou numa careta.
“Fala logo em que droga você está pensando.” Pedi e a morena sorriu.
“Suas chamas são feitas de coragem, as deles de medo. Se elas se chocassem...”
“Entrariam em combustão e a parte mais forte predominaria.” Astrid completou o pensamento e sorriu feito louca. “Reformulação de estratégia: Merida faz o discurso, canaliza a coragem, enfrenta a galinha e apaga as chamas.”
“Achei que você queria ter a honra de matá-lo.” Heather ressaltou e Astrid abanou a mão no ar.
“Os sábios sabem que existem forças com quais não podem lidar.” Ela disse, sorrindo para mim.
Nem se eu tivesse voado o dia inteiro no trenó de Norte, meu estômago não ficaria tão embrulhado quanto estava naquele momento.
Elas acreditam em você, criança. Está na hora de você também começar a acreditar em si.
E lá estava novamente, aquela voz feminina que havia me coagido a enfrentar o pesadelo Morte Vermelha. A voz que criara um portal e salvara Soluço e Banguela. Uma voz tão familiar que eu queria me estapear por não conseguir reconhecê-la.
Fitei Astrid e Heather e resolvi seguir o conselho da voz misteriosa. Se as duas loucas acreditavam que eu iria vencer, era por que eu venceria. E que queimasse quem pensasse o contrário. As vikings sorriram e no mesmo momento nossa carroça foi lançada para o lado.
Novamente eu queria me estapear. Era óbvio que quando eu recuperasse minha coragem, os pesadelos iriam conseguir me achar. Minha idiotice era não perceber isso antes. Certo, tava passando tempo demais com Astrid.
“Seguiremos com o plano.” Afirmei com convicção para as meninas e juntas levantamos, encarando a multidão de pesadelos a nossa frente.
Pode parecer estranho, mas a confiança e a coragem de Astrid e Heather era como se fossem o cheiro gostoso de uma comida, para qual eu estava sendo atraída. Eu meio que estava me alimentando daquilo. Como mágica minha queimadura e meus arranhões se cicatrizaram e senti como se o mundo todo fosse meu. Podia fazer tudo, conseguir tudo. O impossível era possível para mim. E isso era muito legal!
“Sinceramente, me cansei de vocês.” Falei para os pesadelos, que sibilaram e avançaram para me atacar.
Meu cajado em forma de espada se transformou em um escudo kite, que tinha a forma de uma gota de cabeça para baixo. O escudo liberou uma forte energia amarela, que desintegrou os pesadelos e fez a areia negra sumir na noite.
“Protejam-me, vou começar o discurso.” Avisei para as meninas e fechei os olhos.
“Soluçinho, querido, pode repassar meu discurso?”
“Discurso? Por Odin, minha ruiva, Berk está queimando, eu estou quase morrendo. Quer realmente fazer um discurso agora?”
“O discurso vai renovar nossas forças e me dará poder para confrontar o Cocatiz, assim como eu confrontei o piu-piu flamejante anos atrás.”
Soluço pareceu pensar um momento.
“Pode começar a falar.”
Respirei fundo e usei toda minha coragem para escolher palavras bacanas.
“Vikings, escutem-me! Durante anos vocês viveram separados, mas agora voltaram a ser um povo forte, que não teme batalhas e vence seus inimigos não só pela força bruta, mas pela inteligência. Nesta noite essas duas coisas estão mais unidas do que nunca, assim como vocês. Porém, alguns se esqueceram do que realmente os motiva a continuar a lutar, o que os faz vencer todas suas batalhas. Não é a força e a sabedoria meus queridos, mas a sua fé.”
“Pro chão!” Ouvi Heather gritar, antes de eu ser empurrada para baixo.
Abri os olhos, bem a tempo de ver o Cocatriz aterrissar na nossa frente. Ele era feio. Mas, muito, muito feio. Tinha o corpo de um dragão, asas de morcego, pernas, crista e cabeça de galo e uma cobra na cauda. Como Astrid dissera, ela era todo preto e tinhas olhos brancos que parecia ser a prisão de um milhão de fantasmas.
“Não pare o discurso! Continue!” Astrid ordenou, lançando um olhar assassino para a besta.
O pesadelo-dragão-morcego-galinha me encarou, seus olhos mandavam uma mensagem clara: eu-quero-te-ver-queimar. Mas, eu já esperava por isso e lancei um olhar para ele que dizia: nem-em-sonho-pintinho. A coisa deve ter entendido, pois seu movimento seguinte foi cuspir fogo na minha direção. Rolei na grama e corri para longe, certa de que ele ignoraria os outros e viria atrás de mim. Dito e feito, logo a coisa estava me perseguindo pela Berk que queimava.
“Continue o discurso, ruivinha.” Soluço pediu e eu disse a primeira coisa que veio na minha cabeça:
“A fé é acreditar em algo que ainda não faz parte da nossa realidade. E a coragem, bom... A coragem não é a falta do medo, mas excesso de forças pra poder vencer. Ela nos desafia a duelar com nossos medos e inseguranças. Coragem surge quando o chão é o limite, quando lama nos suja, quando a dor nos sufoca. Ela se recusa a aceitar a não como solução. Coragem é persistência, é determinação, é vontade, é força...”
O Cocatriz cuspiu fogo. Pulei para o lado e com todas minhas forças falei:
“Coragem é valentia.”
A fera rugiu para mim, o som foi a mistura de uma galinha sendo esganada e um dragão sendo surrado por um chicote de pregos.
“Avante, vikings! Supere seus medos! Lutem contra eles! Sejam mais que guerreiros: sejam valentes!”
O Cocatriz cuspiu uma torrente de fogo negro na minha direção, mas eu não fugi, nem me esquivei. Eu contra-ataquei. Minhas chamas vermelhas colidiram com as chamas negras dele, como o mar avançando sobre o continente. Havia muita fé e coragem ali, a coisa não tinha nenhuma chance contra aquilo. Não houve gritos, nem urros. O pesadelo simplesmente se dissolveu no ar, levando as chamas com eles.
Os vikings urraram de alegria. Heather e Astrid vieram na minha direção para comemorar nossa vitória, mas eu passei direto por elas e subi a colina para o comunal. Eu só tinha enfrentado um pesadelo poderoso, mas meu viking estava enfrentando o líder de todos eles.
A luta ainda continuava por todos os lados do escuro salão: vikings e seus alimentos vs. carequinhas e suas espadas. Pode achar loucura, mas eram os vikings que estavam levando vantagem. Afinal, eram eles quem estavam cobertos por uma estranha áurea vermelha. Áurea esta, que só podia ser formada por uma coisa: coragem. No entanto, eu só tinha olhos para um viking, e ele havia perdido sua luta.
Soluço estava estirado no chão com seu cajado-espada fora de seu alcance. O carequinha-mor pairava sobre ele, batendo suas estranhas asas negras que irradiavam uma poderosa áurea de medo.
Antes mesmo que a lâmina negra tocasse o coração de Soluço, disparei uma flecha de energia vermelha, cravando-a na testa do pesadelo. O carequinha urrou e recuou, dando tempo e espaço suficiente para Soluço evocar seu cajado-espada e empalar o maldito. No mesmo instante, os pesadelos sumiram e o carequinha-mor começou a murchar e encolher.
“Vocês não podem parar a escuridão... Sem a princesa estão sozinhos na luta contra as trevas...” O pesadelo sussurrou em nossas mentes, antes de sumir como seus irmãos.
“O que isso significa?” Soluço perguntou, ficando em pé.
“Olha, eu sei tanto quanto você.” Assegurei, balançando a mão e acendendo os braseiros do salão.
Gritos de felicidade espalharam-se por todos os lados. As famílias se abraçaram, amigos trocaram “soquinhos”, os enamorados se beijaram e os dragões domésticos cuspiram fogo, assustando a ovelha de Balor que se escondeu embaixo da mesa.
“Vencemos! Viva os deuses!” O velho gritou, surgindo de trás de uma das colunas do salão. “Graças a Thor triunfamos!”
“Não.” Soluço discordou, me fitando com ternura. “Graças a minha ruivinha triunfamos.”
Sorri, desviando o olhar para baixo, meio sem jeito. Soluço então me agarrou com força, prendendo num beijo apaixonado. Ao nosso redor houve uivos e risadinhas com comentários engraçadinhos vindos da parte dos mais jovens.
“Viu, nem a morte abaixa o fogo deles, Astrid.” Heather comentou, arrancando uma risada rouca da loira.
Ainda nos braços do meu viking, virei-me para minhas amigas, que estavam sorrindo maliciosamente com as roupas sujas de fuligem.
“Alegria, princesa, nós vencemos!” Astrid gritou e se ouviu mais urros de comemoração.
“Devo isso a vocês.” Admiti e olhando para os vikings completei: “A todos vocês. Suas chamas de coragem renovaram minhas forças e juntos conquistamos a vitória.”
“À coragem.” Alvin disse, erguendo uma caneca de hidromel.
Catando a bebida que restava, os vikings encheram algumas canecas, fazendo uma rápida distribuição entre o povo. Conseguimos as nossas, bem a tempo de ouvir o povo rugir:
“Á coragem!”
Assim todos beberam e voltaram a jantar normalmente, vangloriando-se de seus feitos e fazendo piadas uns dos outros. Então, de repente, um dos portais do Norte se abriu, nos puxando para dentro dele. Aos tropeços surgimos na Sala do Globo da Oficina do Norte, onde a Fada, o Sandman e o Coelhão nos esperavam. Eles estavam sérios, pensativos e estranhamente quietos.
“O que...” Comecei a perguntar, mas uma forte luz branca surgiu na sala, calando-me.
A luz se transformou num guerreiro de cabelos brancos, parado ao lado de um Jack irritado que carregava uma Rapunzel desfalecida.
“O que houve? O que está acontecendo?” Jack perguntou, olhando para nós em busca de respostas.
“Pergunte a eles.” Coelhão disse, fitando algo atrás de nós.
Virei-me e perdi o fôlego. Um casal saia do escritório do Norte, sendo seguidos pelo guardião. A mulher era uma fada alta e magra, de asas semelhantes a poeira amarela de Sandman. Seu par era um homenzinho gorducho de cabelos brancos e lisos com um fio crescente que parecia uma interrogação presa a sua cabeça. Trajava vestes azuis com bordados pratas. Nunca os tinha visto antes, mas imediatamente sobe quem era.
Aqueles que habitam os sonhos das crianças. Os Primeiros Guardiões.
“Lady Clarion e Homem da Lua.” Sussurrei, fazendo a fada sorrir em resposta.
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